Uma Nova Era, um Mundo melhor!

Entramos em uma nova era. Pelos pensamentos da juventude que hoje está na faixa dos 15 aos 25 anos, sejam de direita ou de esquerda, vemos que existe uma consciência de justiça social, de igualdade, de respeito, de pensamentos anticorrupção, entre outros totalmente diferente do que víamos no passado.

Em 2013 os movimentos da juventude surgiram com mais vigor. Primeiro com o Passe Livre, lutando pela redução das tarifas do transporte público, depois os movimentos pró impeachment, contra a corrupção, etc. O MBL fez vereadores em diversas cidades do país, com um pensamento mais liberal e vemos um de seus líderes abrir mão do próprio salário ou parte dele e de outras regalias. Surgiu o NOVO, partido mais à direita, mas comprometido estatutariamente com a ética e a justiça. Os partidos à esquerda, ao meu ver, precisam mudar um pouco o pensamento, para voltarem a crescer, mas é uma questão de tempo, até que surjam novos líderes também.

Fico feliz, pois faço parte de uma geração de pais que permitiram aos seus filhos pensarem diferente, que respeitam suas decisões e pensamentos, nem sempre é fácil ou simples, mas é o que temos de fazer. Fico feliz também pois são sementes sendo plantadas para que tenhamos um futuro ainda melhor.

Alguns vão criticar, falar que essa liberdade está criando uma geração de libertinagem e pensamentos errados. Mas quem, quando foi mais jovem, não pensou diferente das gerações de pais e avós?

Eu mesmo, fui criado de uma forma diferente da maioria dos meus amigos de infância e adolescência. Meu pai trabalhava, e ainda trabalha, desde cedo até tarde da noite. Minha mãe que também trabalhava e o acompanhava, não ficava em casa o dia todo. Minhas avós também trabalhavam e uma delas foi uma atuante lutadora pela emancipação de Osasco ao lado de meu avô, dentista e professor que mesmo tendo nos deixado há 36 anos ainda é lembrado com muito carinho por alunos e pacientes que encontramos nas esquinas da vida. Tivemos de adquirir, por nós mesmos, uma responsabilidade com os deveres de escola, administração do tempo, etc. Começamos, eu e meus irmãos, a trabalhar cedo.

Choques e atritos entre a minha geração e a das minhas filhas, por exemplo, existem sim. Mas é bom ver que fazem parte de um mundo diferente, com muito mais acesso à informação e com muito mais consciência de justiça social. Alguns socialistas (e quem não foi um dia?), outros sociais democratas, outros liberais, mas todos com pensamentos de mudar o mundo para melhor.

Uma coisa também os têm diferenciado da geração dos 30/40 de hoje. Eles estão voltando a ter consciência política. Seja pelo Fora Dilma ou pelo Fora Temer, o importante é sair da inércia que a geração passada estava. Mudar o discurso do “odeio política” pelo “vamos fazer da política um meio para transformar o mundo”. Afinal, como disse Martin Luther King: “O que me preocupa não é o grito dos maus. É o silêncio dos bons”.

Uma coisa que peço a elas e à juventude de hoje em geral, é que tenham calma, paciência! Vocês não mudarão os pensamentos de seus avós, dificilmente mudarão de seus pais, mas caberá à vocês criar seus filhos com uma consciência diferente. Onde a mulher não seja culpada por ser estuprada, onde dono do carro não seja culpado por ser roubado “apenas” por estar com os vidros abertos ou rodando em determinado lugar ou horário, onde as pessoas não sejam prisioneiras em suas próprias casas cercadas de grades, onde o rico não seja mal visto por ter tido sucesso na carreira profissional, onde o mendigo não seja visto como um bandido potencial, onde as pessoas respeitem a religião das outras lembrando que Deus é o mesmo para todos, independentemente da linha que seguem ou ainda para os que não crêem ele não exista, onde negros e brancos tenham a mesma oportunidade baseada em sua capacidade e não precisem de cotas para ter uma chance, onde cada um tenha sua opção respeitada e não seja visto como um “doente”, etc, etc, etc.

O Mundo mudou, e mesmo que muitos digam que não, foi para melhor! Muito melhor!

José Antonio F. Antiório Filho é Advogado com MBA em Gestão Empresarial.

*Artigo publicado na Revista Vertical News

Edição nº 40 – 01/2017