Uma das maiores habilidades do ser humano é o poder de falar. Mas, parafraseando um alerta muito difundido: “fale com moderação!”
Se trouxermos esse poder da fala para o campo do Direito, em especial do direito de família, quanto menos se falar, melhor ainda. Se trouxermos esse “conselho” para a vida com certeza muitos problemas serão evitados.
Quantos amigos já contaram por aí segredos que você lhes confidenciou? E mais, quantos segredos a você confiados já foram ditos a pessoas que não deveriam saber ou que, mesmo de sua total confiança, espalharam aos quatro ventos?
Você pode estar se perguntando: mas o que isso tem a ver com o Direito? E lhe respondo: muito! Nos limitando ao direito de família, cito os segredos confiados a familiares e amigos sobre a situação de casamentos, vida de pais e filhos e até mesmo frases soltas durante uma briga de casal. Nos momentos de emoção a flor da pele muita coisa se fala sobre rotina de um casamento, detalhes que incomodam e podem parecer “bobos” mas machucam quem ouve. As acusações sobre “traições” e simples “suspeitas” criadas por fatos que acontecem no dia a dia ou até ilusões que surgem de novelas, filmes ou notícias que começam a atormentar o pensamento e são faladas podem trazer sérios problemas. O mesmo acontece com assuntos de famílias que envolvem e atingem terceiros como sócios, colaboradores ou colegas. Esses momentos podem gerar muitos transtornos e pior, o arrependimento, caso, por exemplo, um divórcio não se concretize ou filhos e familiares passem a ser apontados na rua simplesmente por terem alguma relação com a vítima da quebra do segredo ou até da difamação pura e simples, trazem consequências irreversíveis.
Enfim, cuidado com o que diz, mais cuidado ainda com o que lhe é confiado. E lembre-se: fale com moderação, pois como diz um famoso provérbio chinês “há três coisas que não voltam jamais: a flecha lançada, a palavra dita e a oportunidade perdida.”