Deixe a vida te levar

Existem dias em que acordamos e nos deparamos abruptamente com a maior certeza da vida e ao mesmo tempo aquela situação que quase ninguém quer passar e muito menos protagonizar.

De repente você tem 18 anos, auge da juventude, saindo da adolescência com planos para a faculdade e vem o “veredicto”. Um choque que nos paralisa, mas o jeito é seguir em frente. Uma família unida no ideal de que será uma experiência, cada um dentro de sua missão, um para se curar, pais para trabalhar a mente para algo diferente na vida de nossos “bens mais preciosos”, irmãos lhe dando com uma certa falta de atenção em virtude dos olhos voltados àquele que precisa, pessoas trabalhando com o “esconder uma doença”, enquanto outros vêm uma oportunidade para levar a todos a importância dos cuidados a qualquer sinal.

A vida realmente é uma caixinha de surpresas, apesar de tudo levar a crer no pior, pelo menos em outros tempos, essa história teve um final feliz.

E aí vem outra situação, um jovem estudante universitário, cheio de vida, responsável e alegre, que acabara de comemorar um título do seu time do coração, entrando em férias vai para o interior encontrar o irmão, sobrinhos e a namorada antes das festas de final de ano. A todo momento avisando a mãe sobre o trajeto, o tempo e as condições da estrada. Sempre parando em algum local seguro para fazê-lo. De repente um lapso de tempo maior depois da última ligação, um aperto no coração de mãe, a mobilização da família, amigos e contatos, até que vem a “decretação” do fim daquela vida cheia de esperanças e sonhos. Talvez se tivesse sido 10 segundos mais rápido, ou mais demorado, em seu caminho ainda estivesse entre nós vivendo outra história. Na vida ou na morte o TALVEZ não existe, se tivesse sido diferente ninguém teria percebido.

E mais uma vez o destino vem e nos mostra que está escrito. Dois amigos saem num feriado para pescar, felizes, deixam suas famílias, esposas, filhos e netos os aguardando para no retorno estarem juntos. Uma notícia em meio a tantas que vemos na imprensa dando conta de um acidente aéreo. Mas assim como em todos alguém sofre distante, aquele tinha personagens muito próximos. Pela manhã eram “apenas duas pessoas”, à tarde descobre-se que eram dois amigos, que eram dois companheiros, que eram dois pais de família, dois maridos, dois avós. E assim a história de mais duas famílias muda radicalmente do dia para a noite.

Enfim o negócio agora é VIVER! E como diz um certo Zeca famoso, o negócio é deixar a vida me levar, vida leva eu!