Você já ouviu falar em deficiência oculta ou não visível?
Pois é, ela existe e é mais comum do que se imagina. Desde 2023 a própria legislação estendeu diretos à pessoas com essa deficiência com a sanção da Lei nº 14.624/2023, que instituiu o uso do cordão de fita com desenhos de girassóis para a identificação de pessoas com deficiências ocultas.
A adoção de um símbolo de identificação é importante para que se reconheça e possamos realmente ter a inclusão de todos. Pessoas com transtorno do espectro autista (TEA), câncer, transtorno de ansiedade, entre outros são alguns desses casos. Algumas até são perceptíveis ao primeiro contato, mas e quando se trata de alguém que possui um transtorno de ansiedade, uma prótese interna ou mesmo uma prótese externa, que fica encoberta pela vestimenta, devido a alguma doença ou acidente?
Falo com vivência e conhecimento dessa causa. Em 1992 sofri uma cirurgia para colocação de prótese femural. Depois de muita fisioterapia, acompanhamento médico e muito amor posso dizer que levo uma vida normal, ou quase. Desde minha primeira viagem de avião após a colocação da prótese, por exemplo, vou para a “revista”, em alguns casos com o cúmulo de passar pelo constrangimento de ter de mostrar a cicatriz deixada pela operação. Tem também aqueles que perguntam, “na boa”, para que passar na fila preferencial se ninguém vê sua deficiência. E até médicos estão entre os que destratam essas deficiências, vide alguns que avaliam os PCDs nos exames do DETRAN. Parecem estar fazendo um favor e acreditam que a pessoa só está ali para ter desconto na compra de um veículo.
Enfim, nossa legislação cada vez está mais aprimorada, mas cabe a nós, cidadãos, incluirmos realmente todas as pessoas.